Este artigo examina a ferramenta denominada porta poética como dispositivo performativo de abertura espaço-temporal para a imprevisibilidade poética coletiva em cena. Apresenta como foi desenvolvido, sua definição e exemplos aplicados nos espetáculos O Amor Que Habito (2018), Uma Sonata Familiar (2018) e Luar de Contos (2019) da Coletiva Teatro. Em espetáculo com encenação definida, abre-se espaço para desvios com o objetivo de intensificar o momento dramático, possibilitando múltiplas novas camadas de significação em tempo real que emergem no e do encontro entre artistas e público. Investiga-se o grau de liberdade poética e performativa do dispositivo bem como as condições necessárias e implicações dramatúrgicas do seu uso. Artista e público tornam-se reconfiguradores contínuos de singularidades poéticas.
Palavras-chave: Porta Poética; Coletiva Teatro; Dispositivo Performativo; Criação em Coletivo.
Link para o texto completoEste escrito é um desdobramento, no Mestrado em Artes Cênicas, de pesquisa iniciada durante a Licenciatura em Dança, em que foram estudadas as etimologias das palavras processo e aberto, com vistas a encontrar pistas para uma possível leitura do que são processos abertos em composições coreográficas. Neste ensaio, especificamente, analiso o movimento Judson Dance Theater, que aconteceu em New York nos anos de 1962 a 1964, como um estudo de caso para investigar parâmetros que indicam aberturas nos processos artísticos. A partir deste, são apresentados aspectos de colaboração vivenciados durante o acontecimento em questão, os quais levam-me a problematizar modos de colaboração e seus desdobramentos, à luz da realidade brasileira contemporânea. Suscitam, ainda, reflexões sobre outras possibilidades de pensar a cultura e a arte enquanto espaço de troca e aprendizagem ao refletir sobre as interações entre criadores, obra artística e espectadores como autônomos para tomadas de decisão.
Palavras-chave: Colaborações; Composição Coreográfica; Processos Abertos; Aprendizagem; Judson Dance Theater.
Link para o texto completoTradução do texto teatral Iago, de Marcus Mota. Elaborado a partir de Otelo, de Shakespeare.
Link para o texto completoNeste estudo destaco como o grau de coletivização de significação no processo criativo em coletivo impacta diretamente sobre o papel do diretor teatral. Quando há reduzida coletivização, a direção trabalha prioritariamente com edição, exclusão e redirecionamento de proposições para destilar significação; no caso oposto, ou seja, quando há ampla coletivização, ocorre o que proponho chamar de direcionalidade, na qual o trabalho visa prioritariamente o estímulo às conexões e às contaminações para destilar significação. Busco examinar estas diferenças metodológicas no trabalho do diretor na criação em coletivo afim de contribuir para o seu aprofundamento conceitual, bem como de sua práxis.
Palavras-chave: Diretor; Direção teatral; Direcionalidade; Criação em Coletivo.
Link para o texto completoAbstract: For the past 14 years I have collaborated as a theatre director toward the formation, development, and survival of two different group theatres in Brasília, Brazil. Both groups are composed of a relatively fixed set of members collaborating experimentally over a long period of time and whose administration, aesthetic dynamics, and content are defined by the group rather than any single person and/or function. Throughout this process I have become increasingly aware of the local challenges that affect the working conditions, sustainability, and aesthetic results of group theatres as well as other independent theatre artists. In particular, I have seen how the spaces in which we rehearse and perform impact on our overall artistic development and sustainability. Ultimately, without a viable space to rehearse and/or perform, theatre-making—whether it be group theatre and experimental or otherwise—is at risk.